Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 11,4 bilhões em abril de 2022. Trata-se de uma queda de 23% na comparação com março. Já frente a abril do ano passado, houve uma redução de 31,6%.

No primeiro quadrimestre, o valor financiado foi de R$ 52,62 bilhões, queda de 12,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira, dia 26 de maio.

No período de 12 meses encerrado em março, o valor financiado foi de R$ 198,12 bilhões, alta de 26,2% em relação ao período precedente.

Imóveis financiados

Em relação aos imóveis financiados, nas modalidades de aquisição e construção, foram 45,3mil imóveis, alta de 28,7% na comparação de março e queda de 35,3%, frente a abril do ano passado. Nos quatro primeiros meses de 2022, foram financiados 221,4 mil imóveis com recursos da poupança do SBPE, resultado 14,4% inferior ao de igual período de 2021.

Nos 12 meses encerrados em abril de 2022, foram financiados 829,14 mil imóveis com recursos da poupança do SBPE, resultado 42,3% superior ao do período imediatamente anterior.

Captação da poupança

Mensalmente, a Abecip divulga os dados da captação da poupança usado para o financiamento imobiliário. Em abril, devido à greve dos servidores do Banco Central, o resultado ainda não foi divulgado. Dessa forma, a Abecip está utilizando dados próprios.

De acordo com a entidade, a poupança SBPE de abril registrou retirada líquida de R$ 7,35 bilhões. A entidade afirma que o resultado reflete a sazonalidade do período, que indica prevalência de desempenho negativo em 71% dos meses de abril dos últimos 28 anos. Trata-se do indicador mais fraco para um mês de abril da série histórica do SBPE.

“Mais uma vez, a magnitude do resultado negativo surpreendeu. Tudo indica que a situação macroeconômica está exercendo um efeito direto sobre o comportamento do poupador. De um lado, inflação e desemprego em níveis elevados reduzem a capacidade da população em constituir reservas financeiras", destacou a Abecip em material divulgado.

A entidade disse ainda que outro motivo é que a Selic em alta atraiu investidores para aplicações mais competitivas. E"ssa combinação vem provocando saídas de recursos das cadernetas, que apresentaram desempenho negativo nos primeiros quatro meses desse ano.“

Fonte: Exame