O mercado de imóveis usados nas regiões de Bauru e Itapetininga (SP) fechou o mês de março com alta no volume de contratos de venda e locação, segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECI-SP).

Conforme o levantamento do órgão, houve aumento de 35,56% nas vendas e de 46,78% nas locações, em relação a fevereiro. No acumulado do ano, entre janeiro e março, a variação nas duas modalidades chega a 25,38% e 41,86%, respectivamente.

O crescimento no índice de vendas foi o segundo consecutivo do ano: em fevereiro, o aumento foi mais moderado, de 1,56%. Em março, as vendas de casas saltaram 38% e as de apartamentos, 62%.

A alta nas locações, por outro lado, sucedeu uma grande queda de 65,69%, registrada no mês anterior. Março registrou aumento de 75% de novos contratos de aluguéis de casas e 25% de de apartamentos.

Variação de vendas e locações no interior de SP

Mês

Vendas

Locações

Janeiro

-11,74%

60,77%

Fevereiro

1,56%

-65,69%

Março

35,56%

46,78%

Acumulado

25,35%

41,86%


O estudo consultou 19 imobiliárias nas cidades de Bauru, Botucatu, São Manuel, Jaú, Santa Cruz do Rio Pardo, Piraju, Itaporanga, Fartura e Águas de Santa Bárbara.

Segundo o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, a alta expressiva nas negociações imobiliárias está atrelada à taxa de juros, que, apesar de elevada, pode apresentar quedas em meados do segundo semestre.

“A alta se deu pelo aumento da confiança do consumidor [na ideia] de que não haverá mais aumento na taxa de juros. O mercado estava na expectativa de que o juros pudesse aumentar, mas tudo indica que não há espaço para tal", explica.

Em decisão nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros inalterada, em 13,75% ao ano.

Diante do cenário, a tendência é de que o aumento no volume de contratos se mantenha nos próximos meses, de acordo com José.

“A expectativa é de melhoria. O mercado possui uma demanda reprimida grande, e evidentemente esse número de pessoas que não conseguiram fazer negócio até o momento estão aguardando qualquer baixa na taxa de juros para fazê-lo”, diz.

Raio-x das vendas

Segundo o estudo, a maioria das casas vendidas na região em março foram negociadas a valores de até R$ 250 mil. São imóveis com três dormitórios e área útil de até 100 metros quadrados.

Em relação às vendas de apartamentos, boa parte dos imóveis tinha faixa de preço estabelecida em até R$ 500 mil. Tratam-se de espaços com dois dormitórios e área útil de até 100 metros quadrados.

O levantamento apontou que 66,7% das propriedades vendidas naquele mês estão situadas na periferia e outras 33,3%, nas áreas nobres das cidades. Não houve venda de imóveis localizados nas regiões centrais.

Em março, os compradores preferiram financiar os imóveis: 45,5% deles recorreram à modalidade pela Caixa Econômica Federal (CEF). Também houve quem adquiriu a casa própria parcelando diretamente com os proprietários (33,3%) e quem fechou negócio à vista (18,2%).

Locações

A faixa de preço das locações registradas no centro-oeste paulista em março ficou em até R$ 1.250, para imóveis de 2 dormitórios e com até 50 metros quadrados de área útil.

A maior parte dos apartamentos alugados tiveram faixa de preço em até R$ 1.500. São imóveis com dois dormitórios e área útil de 50 a 100 metros quadrados.

A principal garantia locatícia escolhida pelos locatários foi o seguro fiança. Os novos inquilinos optaram por imóveis situados na periferia das cidades (54,5%), nos bairros mais nobres (27,3%) e na região central (18,2%).

Daqueles que encerraram os contratos de locação, 34,2% optaram por aluguéis mais baratos e 21,1% por aluguéis mais caros. 44,7% não informaram à pesquisa o motivo da mudança.

Fonte: G1